domingo, 26 de fevereiro de 2012

Passo a apresentar um texto de um Amigo, José Reis, a quem há alguns anos ofereci um cachorro e do qual ele me passou estas "impressões":


"Amigo Jasa,
Ando há algum tempo para lhe escrever e tenho vindo a adiar por razões que não serão difíceis de entender quando tiver acabado de ler isto. O Dollar morreu. Vim dar com ele no canil (tinha-o deixado à solta) no meio de um mar de sangue, no final da última época de caça. Pensei logo que mo tinham envenenado mas depois de o lavar, com a ajuda do meu filho para quem o tinha ido buscar, verificamos a causa da morte – uma perfuração única na parte inferior do pescoço, directamente na jugular. Uma dentada certeira, de algum podengo dos que andam por aqui à volta. Embora o terreno esteja vedado, nunca consegui evitar que o Dollar se escapasse para uma volta quando lhe dava para aí e o rasto de sangue que foi fácil de seguir permitiu saber que a tragédia aconteceu alguns metros fora da rede. Posto isto, quero partilhar mais alguma coisa consigo, sobre o cãozinho que me ofereceu. Conforme eu já previa, embora o objectivo fosse arranjar um cão ao meu filho, eu é que acabei por levá-lo ao campo 99% das vezes que ele saiu, e foram muitas. Os primeiros meses foram francamente desconcertantes para mim. O bicho, que era muito simpático e dócil no dia-a-dia, cativante, é a palavra adequada, no terreno transfigurava-se. Soltava-o, por exemplo às 7 da manhã, ele arrancava em galope “à carga” numa direcção até desaparecer de vista, indiferente a qualquer chamamento ou apito, quer eu andasse sozinho ou com mais algum cão; lá para as 10 horas reaparecia, vindo de qualquer lado, no mesmo galope desabrido, passava por mim como se não me visse e desaparecia na direcção oposta e era tudo o que conseguia ver dele, quase sempre, até ao fim da manhã. Várias vezes aconteceu ter já tudo arrumado e o carro a trabalhar para me ir embora, depois de o chamar até me fartar, quando ele finalmente lá aparecia, a espumar, completamente exausto. O que é certo é que nunca aconteceu ficar lá no terreno, embora muitas vezes eu tivesse pensado que era isso mesmo acontecer. Isto andou assim toda uma época (2009-2010) ao ponto de decidir gastar os €€ numa coleira electrónica e começar a aprender a usá-la nele, porque nunca tinha usado nenhuma antes. A diferença foi notável. Se nunca cheguei a conseguir que ele caçasse propriamente comigo e para mim, comecei finalmente a conseguir acompanhá-lo, orientando vagamente o sentido em que nos deslocávamos. E foi aí que confirmei aquilo que já suspeitava, tinha nas minhas mãos aquela jóia rara que alguns procuram a qualquer preço, um cão de parar com um potencial que só tinha comparação com a minha impreparação para o conduzir. Cheguei a descrever no fórum Alvorada (um tópico sobre uma irmã dele) as qualidades que via nele – uma paixão absoluta, total, pela caça; andamento e resistência para lá do que as palavras conseguem descrever; nariz ao nível do melhor que já me passou pelas mãos; uma paragem irrepreensível na firmeza e na pose; o cobro “normal”, quer dizer, nunca me deixou uma peça por cobrar, embora tenha que dizer que nunca tivemos nenhum caso daqueles que fazem história para resolver. Tudo isto naquele físico de brinquedo, quase ridículo, para quem, como eu, toda a vida teve perdigueiros dos “grandes”. Na época passada cacei com ele frequentemente, embora condicionado por ter também os outros para levar. As situações em que mais desfrutei dele e de que vou guardar recordação até que chegue a minha hora também, foram aqui nas terras planas dos Riachos, onde o Dollar batia um pivot de restolho de milho numa passagem única, a uma velocidade absurda, com lances desenhados a régua e voltas sempre apoiado no vento, parando de repente, muitas vezes com uma cambalhota provocada pela intensidade com que fazia tudo na caça, esperando por mim o tempo que fosse preciso, para depois guiar suavemente, às vezes 70 ou 80 passos meus, até me levar à perdiz, faisão, ou, 2 ou 3 vezes, lebre. Tudo isto, à vista dos vários companheiros que, mais perto ou mais longe, por ali andavam também e comentavam, depois, incrédulos, o espectáculo a que tinham assistido. Entretanto, andei pela net a pesquisar e acabei por saber um pouco da famíia do Dollar, de quem é (foi?) o Swing, seu pai... O meu filho tinha-o rebaptizado de Kurt, em homenagem ao herói da sua juventude mas para mim conquistou outro nome, pelo qual me vou sempre lembrar dele - o Príncipe Louco.
Obrigado, Amigo Jasa e um abraço, comovido, não duvide."

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Nos dias 21 e 23 de Fevereiro dei reinício ao trabalho feito desde 1994 até esta data, com interregno de quase 4 anos, nas raças Epagneul Breton e Perdigueiro Português. Nestes 2 dias fiz o acasalamento de 2 unidades de minha propriedade, Dayna des Lutins Cobs e Colt des Lutins Cobs.
Espero que deste cruzamento saiam confirmadas as minhas expectativas.